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Apneia obstrutiva do sono, que só na cidade de São Paulo afeta 33% da população, pode impactar seriamente na qualidade de vida. Distúrbio pode ser diagnosticado e tratado pelo otorrinolaringologista 

 A Sociedade Mundial do Sono estima que cerca de 45% da população mundial têm algum problema para dormir. E, quando falamos de apneia obstrutiva do sono, os dados chamam ainda mais a atenção. Só na cidade de São Paulo, segundo o  último levantamento do Episono, 33% da população apresenta este quadro, que vai além de um simples ronco e pode impactar seriamente na qualidade de vida de quem sofre com o problema. 

Caracterizada por ruídos e interrupções na respiração que se repetem, no mínimo, cinco vezes num período de 60 minutos, a apneia do sono é um dos sintomas da insônia e faz com que o ronco seja entrecortado por engasgos – muitas vezes o indivíduo nem os percebe enquanto dorme, quando dorme. Essas pequenas pausas na entrada de ar chegam a diminuir a concentração de oxigênio no sangue.

“Acordar com sono, ter fadiga durante o dia ou mau humor são alguns dos sintomas mais perceptíveis dos malefícios de distúrbios do sono. O corpo que não faz essa merecida pausa está mais propenso a desenvolver problemas cardíacos, e corre o risco de sofrer acidentes laborais ou de trânsito”, alerta o Dr. Bruno Duarte, otorrinolaringologista e coordenador do Departamento da Medicina do Sono da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABORL-CCF).

Segundo o especialista, é preciso aumentar a consciência de que os distúrbios do sono podem surgir em qualquer idade. “O ronco e apneia do sono são as doenças mais prevalentes na população e são apenas alguns exemplos de doenças que merecem a atenção e avaliação de um médico otorrinolaringologista, uma das principais especialidades envolvidas com a medicina do sono” esclarece Dr. Bruno Duarte. 

Apneia do sono não afeta apenas pessoas obesas

O ronco e apneia do sono podem ser causados por fatores anatômicos (aumento de amígdalas e/ou adenoide) ou por relaxamento excessivo da musculatura da faringe. O diagnóstico dessas doenças, feito pelo médico otorrinolaringologista, pode ser confirmado pelo exame de polissonografia e o tratamento depende de uma avaliação do nariz e garganta.

“O sono é fundamental para o desempenho neurológico e físico e pode afetar negativamente a saúde emocional em apenas alguns dias. Além de problemas conjugais e de constrangimento social causado pelo ronco intenso, por exemplo, os distúrbios do sono podem propiciar piora da atividade sexual e da qualidade de vida, além de problemas profissionais, com a irritabilidade e queda de produtividade” informa Dr. Bruno Duarte. 

O principal fator de risco para a apneia do sono é o excesso de peso corporal. Indivíduos com excesso de peso ou obesidade são mais propensos a ter apneia do sono. No entanto, também pode ocorrer em pessoas magras.

Os fatores de risco comuns para a apneia do sono incluem:

  • Excesso de peso: A obesidade, classificada como um índice de massa corporal (IMC) acima de 30 ou mesmo o sobrepeso (IMC) acima de 25..
  • Aumento da circunferência do pescoço: Mesmo na ausência de obesidade, valores acima de 40 cm de circunferência cervical estão associados a um risco aumentado para apneia do sono.
  • Idade: A apneia do sono pode ocorrer em qualquer idade. No entanto, é mais comum em indivíduos mais velhos.
  • Gênero: A apneia do sono é mais comum nos homens do que nas mulheres. Para as mulheres, o risco de apneia do sono aumenta após a menopausa.
  • Hipertensão arterial: A pressão arterial elevada é extremamente comum em pessoas com apneia no sono.
  • Deformidades Craniofaciais: Principalmente envolvendo anormalidades mandibulares, como micrognatia ou retrognatia e condições congênitas (síndromes de Marfan, de Down e de Pierre Robin).
  • Hipertrofia de Amígdalas ou adenóides: Essa associação ocorre principalmente em crianças.
  • História familiar: Especula-se que a apneia do sono é dependente, em aproximadamente 40% dos casos, de uma combinação genética e, em 60%, de influências ambientais. Isso significa que indivíduos com familiares que possuem o diagnóstico têm um maior risco de apresentar apneia do sono.

Os traços hereditários que aumentam o risco de apneia do sono também incluem obesidade e características físicas, como alterações maxilares. Outros fatores familiares comuns – como atividade física e hábitos alimentares – também podem desempenhar um papel.

Incentive a rotina do sono, com horários definidos para dormir e acordar todos os dias. O tempo de sono ideal depende de vários fatores, desde a faixa etária até a genética individual. Confira no infográfico abaixo o seu perfil de sono, e quantas horas podem ser necessárias para o seu bem-estar:

Caso você acorde cansado, com sensação de noite não reparadora, ou sinta que não dormiu o número de horas que deveria dormir para um bom desempenho cotidiano, é fundamental procurar um profissional especializado. As doenças do sono podem causar múltiplos malefícios, mas todos eles têm tratamento. O médico otorrinolaringologista é um profissional habilitado para realizar este atendimento. Clique aqui e encontre o profissional mais perto de você.

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