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Nem toda tontura é labirintite. Otorrinolaringologista é o especialista capaz de identificar as verdadeiras causas das doenças do labirinto 

Segundo um estudo publicado pela Revista Brasileira de Otorrinolaringologia, 42% da população adulta da cidade de São Paulo sofre de tontura. Considerando que a população com mais de 18 anos na capital paulista é de 8,4 milhões de habitantes (dados de 2020), a quantidade de pessoas que apresentam o problema é de pouco mais de 3,5 milhões de pessoas. Embora 67% (ou pouco mais de 2,3 milhões de indivíduos) sejam afetados em suas atividades diárias, estima-se que apenas 46% dos pacientes (ou cerca de 1,6 milhão de pessoas)  já procuraram auxílio médico.

Consultar um otorrinolaringologista é importante para entender os sintomas. A sensação, mesmo quando intensa, pode ocorrer por um problema leve e ser momentânea, mas também pode ser indício de alguma doença mais séria. E, em ambos os casos, pode comprometer a qualidade de vida. “A maioria das pessoas que sente tontura tem alguma doença do labirinto, mas não a labirintite, que é a inflamação desse órgão sensorial. É preciso saber qual é a doença que está causando este sintoma”, explica o Dr. Márcio Salmito, otorrinolaringologista com especialização em otoneurologia.

A tontura, de acordo com o Dr. Salmito, sempre deve sempre ser investigada. “Pode ser um indício de alguma doença do labirinto e também indicar a presença de outras enfermidades, como diabetes, pressão alta ou baixa, anemia, problemas vasculares, neurológicos e cardíacos. Quanto mais cedo procurar um especialista, maiores as chances de recuperação”, completa.

O sucesso do tratamento depende totalmente da identificação da causa da tontura. “É preciso conversar com o paciente, entender o que ele descreve como tontura e saber a frequência e a duração das crises”, explica o Dr. Salmito. Também é importante realizar um exame que, além de ser preciso, não desencadeia tontura na hora do teste. “O paciente coloca um óculos com dois sensores, um de movimentação da cabeça e outro que detecta a movimentação ocular. Desta forma, é possível identificar, a partir de pequenos impulsos da cabeça, a relação entre o movimento produzido e o movimento reflexo dos olhos e, deste modo, analisar o funcionamento do labirinto”, descreve.

Segundo o Dr. Márcio Salmito, o impacto da tontura no indivíduo e na população é real, e não é aconselhável desprezar os sintomas, nem se automedicar. “Sentir tontura não é normal e pode afetar o dia a dia de crianças, adultos jovens ou idosos. Procure um otorrinolaringologista para o correto diagnóstico e tratamento das doenças que causam vertigem e tontura”, reforça. O diagnóstico é fundamental para direcionar o tratamento e a medicação correta. “Muitos pacientes acabam procurando remédios para labirintite, que não está nem entre as dez principais causas de tontura. A maioria possui outra doença do labirinto, sendo a mais comum a Vertigem Posicional Paroxística Benigna (VPPB), que é tratada no consultório. Esses pacientes costumam se beneficiar com alguns movimentos na cabeça sem a necessidade de medicamentos. É importante ressaltar que medicamentos para a tontura usados indiscriminadamente podem até agravar o problema”.

Se você ainda tem alguma dúvida ou não está convencido da importância de buscar auxílio médico para o problema, a Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABORL-CCF), por meio do Departamento de Otoneurologia, preparou uma lista com 7 mitos e verdades sobre as verdadeiras causas das doenças do labirinto. Confira abaixo as principais dúvidas:

A doença mais comum que causa tontura e vertigem é a labirintite.

Mito. A labirintite não está nem entre as 10 causas mais frequentes de doenças labirínticas. A labirintite (verdadeira) é uma inflamação do labirinto, geralmente associada a alguma outra infecção (otite, meningite). 

Ao sentir vertigem ou tontura, é melhor já tomar o remédio disponível nas prateleiras da farmácia.

Mito. A automedicação pode mascarar o problema central, fazendo com que haja um quadro persistente. 

Qualquer médico pode tratar as doenças do labirinto. 

Mito.  A otorrinolaringologia possui uma área específica, a otoneurologia, para estudar as doenças do labirinto. Por isso, o otorrino é o mais capacitado para fazer o diagnóstico, entender se o sintoma indica alguma doença do labirinto e propor o tratamento correto. 

Os sintomas, como vertigem e tontura, podem não ser doenças.

Verdade. Fatores externos, como hábitos e comportamentos, podem influenciar no sintoma de tontura e vertigem, como a ingestão de alimentos que têm muito açúcar ou cafeína, o tabagismo e até o etilismo (ingestão de álcool).

O labirinto é um órgão.

Verdade. O labirinto é um órgão (parte interna do ouvido) que tem como função a audição e sensor dos movimentos da cabeça. 

A tontura pode não ser labirintite. 

Verdade. Entre as principais doenças, estão:

  • Vertigem Posicional Paroxística Benigna (VPPB). É a doença mais comum. Causada pelo desprendimento de pequenos cristais de cálcio, denominados de otólitos, responsáveis por fornecer informações sobre a posição e movimentos da nossa cabeça. Sintoma: vertigem que pode ser acompanhada por náuseas (provocadas por movimentos da cabeça).
  • Cinetose. Conhecida como “mal do movimento” (motion sickness), é caracterizada pela dificuldade do labirinto em processar diferentes informações. Sintomas: náusea e enjoo, tornando- se mais evidente em viagens de carro ou avião, agravados pelo movimento sequencial do olhar.
  • Doença de Menière. Ocorre por consequência do aumento da pressão dos líquidos da orelha interna, geralmente relacionada com outras doenças, como diabetes, hipertensão e doenças autoimunes. Sintomas: zumbido, vertigem, perda auditiva e pressão no ouvido, acompanhados de mal-estar e náusea/enjoo.
  • Neurite vestibular. Distúrbio do sistema vestibular causado, geralmente, por um vírus que afeta o nervo vestibular, uma estrutura responsável por enviar informações do labirinto para a cabeça. Sintomas: forte vertigem, náusea, desequilíbrio e dificuldade para caminhar.

Em 22 de abril, é celebrado o Dia Nacional da Tontura.

Verdade. Desde 2018, 22 de abril é considerado o Dia Nacional da Tontura, inspirado no médico otorrinolaringologista Robert Barany, único otorrino a ganhar um prêmio Nobel, o que ocorreu por suas descobertas a respeito do funcionamento do sistema vestibular, do qual o labirinto é o órgão. 

 

Em caso de dúvidas ou caso você apresente esses sintomas, procure um otorrino de sua confiança. Clique aqui e encontre o profissional mais perto de você.

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