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O nariz saudável é responsável por permitir a passagem do ar e realizar o aquecimento, a umidificação e a filtragem das partículas e microrganismos, fazendo com que o ar respirado chegue de forma adequada até os pulmões. Por mais que respirar pela boca seja algo tão natural e instintivo quanto pelo nariz (já que os dois órgãos têm a capacidade de aspirar o ar), a respiração considerada correta pelos médicos otorrinolaringologistas e demais profissionais da saúde é a realizada pelas narinas.

Isso porque o interior do nariz possui elementos específicos para o tratamento do ar inalado, permitindo que ele entre no organismo o mais puro possível. A presença dos pequenos pelos que ficam na entrada das narinas (vibrissas) é essencial para o processo de filtração, pois esses elementos retêm as partículas que entram com o ar e geralmente conseguem conter partículas maiores, enquanto o muco retém as mais finais, além de proteger contra microrganismos. Já o aquecimento e a umidificação são obtidos, respectivamente, pelo tecido conjuntivo e por glândulas presentes na cavidade nasal. Contudo, muitas pessoas sofrem com alguma forma de obstrução nasal, que acaba impedindo que esse processo tão natural aconteça da forma correta.

Existem inúmeras causas de obstrução nasal. Elas podem ser agudas, como as gripes, os resfriados e as sinusites, muito frequentes no inverno; ou crônicas, com destaque para as rinites, a hipertrofia das adenoides e amídalas, desvios do septo nasal, polipose nasal, tumores nasais e de faringe.

Quando o nariz não funciona adequadamente, a boca passa a suprir essa deficiência, acarretando no que conhecemos como respiração bucal. Ao respirar pela boca, a qualidade do ar torna-se insatisfatória, já que os pulmões recebem um ar mais frio, cheio de impurezas e que podem provocar doenças em todas as idades, bem como alterações no desenvolvimento da face e do corpo, no caso das crianças.  

Respiração bucal predispõe pacientes a inúmeras doenças

A respiração bucal leva a uma maior predisposição para a ocorrência de infecções das vias aéreas, tais como gripes, sinusites e pneumonias. Porém, o que muita gente não sabe é que ela também provoca outros problemas que, aparentemente, não têm a ver com a função respiratória, e que, no entanto, interferem drasticamente na qualidade de vida. Entre os problemas mais identificados entre os pacientes dos consultórios otorrinolaringológicos, estão:

  • Piora na qualidade do sono.
  • Associações frequentes com roncos e apneia do sono.
  • Baixo desempenho na prática das atividades físicas.
  • Baixo rendimento escolar e do aprendizado.
  • Maior incidência de dores de cabeça.

Entre as crianças, a respiração bucal pode causar uma série de prejuízos, tais como:

  • Desenvolvimento anormal da face e das arcadas dentárias, como céu da boca alto e estreito.
  • Face alongada e estreita.
  • Olheiras constantes.
  • Mandíbula retroposicionada.
  • Maxilar pequeno.
  • Apinhamentos dentários.
  • Flacidez das musculaturas da face, língua e boca, prejudicando a fala, a mastigação e a deglutição.
  • Vícios e alterações permanentes da postura, como ombros posicionados para frente, escolioses e hiperlordose lombar.

Respiração bucal pode ser facilmente identificada e possui tratamento

As causas para a dificuldade na respiração pelo nariz, que acabam provocando a respiração bucal, podem ser facilmente identificadas e tratadas. E é muito importante observar isso durante a fase de crescimento. Ter esse cuidado ajuda a prevenir alterações que, uma vez estabelecidas, costumam dar muito mais trabalho para serem revertidas – sobretudo em crianças, que costumam apresentar alterações de face.

A respiração bucal, quando crônica, ou seja, acontece desde a infância, leva a alterações em todo o crescimento da face – a chamada síndrome do respirador oral (entre os adultos, pode ser prejudicial para as pessoas que têm doenças pulmonares, como asma e bronquite). Se você desconfia que o seu filho possa estar com algum problema, é importante observar os sinais de que a respiração nasal não anda bem. Procure imediatamente um médico otorrinolaringologista, caso a criança:

  • Respire constantemente pela boca ou com a boca entreaberta.
  • Apresente respiração ruidosa.
  • Durma com a boca aberta (ou baba ao dormir).
  • Acorde com sensação de boca seca.
  • Ronque ou tenha apneia do sono.
  • Tenha um menor rendimento físico nos esportes.
  • Esteja com os lábios hipotônicos (moles).
  • Tenha a mastigação ruidosa.
  • Esteja sempre com olheiras.
  • Esteja constantemente com o nariz entupido.
  • Apresente uma redução do olfato ou do paladar.
  • Tenha a voz anasalada.
  • Sinta dificuldade para pronunciar alguns fonemas.
  • Apresente dificuldade no aprendizado e atraso escolar.

Cuidados simples ajudam a prevenir doenças de inverno – e a respirar melhor pelo nariz

Como dissemos, as doenças de inverno também podem ser a causa da respiração bucal, seja eventual ou não. Sempre é importante lembrar que na respiração pela boca não há proteção ou filtro, fazendo com que as impurezas do ar entrem diretamente no organismo, o que aumenta os riscos de infecção.

Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), a gripe – uma das doenças que mais se alastram no inverno – causa comprometimento grave em 3,5 milhões de pessoas todos os anos. A rinite alérgica, bem como a sinusite, também são doenças bem comuns na estação mais fria do ano, já que é nesta época que os vírus e bactérias mais se proliferam.

Em meio a este quadro, é fundamental que toda a população, principalmente os grupos considerados vulneráveis, como idosos e crianças, adotem medidas de prevenção e cuidados, tais como a lavagem nasal com solução salina e a hidratação do nariz, que ajudam a prevenir problemas nasais e reduzir os sintomas das doenças respiratórias. Essas práticas diminuem consideravelmente a frequência de uso de medicações e a recorrência de casos de gripes e resfriados.   

Entretanto, é preciso estar atento. Em alguns casos, a obstrução nasal pode ser, na verdade, um indicativo de algum problema mais sério, inclusive tumor. Por isso, sempre é necessária a avaliação de um médico otorrinolaringologista. Caso você perceba que há alguma alteração em sua função respiratória (se não estiver conseguindo respirar de forma adequada pelo nariz, ou então perceba sintomas como perda de olfato, secreção nasal, espirros, coceira e dor), procure o quanto antes um especialista.

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