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Otorrino é o médico que trata a doença. Diagnóstico precoce e o acompanhamento médico podem salvar vidas

O Instituto Nacional de Câncer (INCA) estima que, para cada ano do triênio 2020/2022, sejam diagnosticados no Brasil 7.650 novos casos de câncer de laringe (na proporção de 6.470 casos em homens e 1.180 casos em mulheres). Esses valores correspondem a um risco estimado de 6,20 casos a cada 100 mil homens e 1,06 casos a cada 100 mil mulheres, e representam cerca de 25% dos cânceres que acometem a área da cabeça. Os números colocam o Brasil no topo de um triste ranking: segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), estamos entre os países com maior incidência de câncer de laringe. 

Trata-se de uma doença que pode ter como primeiro sintoma a rouquidão, algo simples de perceber. Mas, segundo o Prof. Dr. Eduardo Baptistella, presidente da ABORL-CCF, a pandemia fez com que muitas pessoas deixassem de procurar auxílio médico, agravando problemas vocais preexistentes. “Os atendimentos suspensos e o medo dos pacientes de irem ao médico reduziram significativamente o diagnóstico do câncer de laringe, postergando diagnósticos e retardando tratamentos. Como esta é uma doença que, se descoberta em um estágio mais precoce, apresenta mais chances de cura, vamos mostrar à sociedade que é possível, com o devido acompanhamento de um otorrinolaringologista, preservar a voz e a respiração”, declara.

De acordo com as estatísticas do Instituto Nacional do Câncer (INCA), cerca de 60% dos casos de câncer de laringe se iniciam na glote, a área que contém as cordas vocais, enquanto 35% se desenvolvem na região da supraglote. O restante começa na subglote ou em mais de uma área. “A taxa de novos casos de câncer de laringe está caindo de 2 a 3% aproximadamente por ano, muito provavelmente porque menos pessoas estão fumando. No entanto, as pessoas precisam estar atentas à rouquidão persistente, que precisa de um diagnóstico médico. Se o paciente apresentar uma dor na garganta persistente, rouquidão ou falhas na voz por mais de 15 dias, tosse, dor ou dificuldade para engolir, ele precisa procurar atendimento médico, o mais rapidamente possível”, explica Dr. Rui Imamura, presidente da Academia Brasileira de Laringe e Voz (ABLV).

O sintoma que mais sugere a presença do câncer de laringe, que afeta principalmente homens acima de 40 anos, é a rouquidão. Porém, um estudo da Universidade de Exeter, na Inglaterra, indica que sinais menos conhecidos também precisam ser considerados em nome do diagnóstico precoce – principalmente quando eles aparecem em conjunto. São eles: dor de garganta persistente; distúrbios gastrointestinais; dor no ouvido; incômodos na boca; infecções torácicas recorrentes; insônia; e marcadores inflamatórios alterados.

Alterações como rouquidão, pigarro, sensação de inchaço, dificuldade para engolir e ardência prolongadas por mais de duas semanas merecem a atenção do otorrinolaringologista. “Quando diagnosticado no início, o câncer de laringe tem 100% de chances de cura”, assegura Dr. Baptistella.

 

Dieta balanceada pode ajudar na prevenção

O primeiro passo da prevenção é afastar os dois principais inimigos da voz: o cigarro, que é responsável por 95% dos casos de câncer de laringe, e o refluxo gastroesofágico, um distúrbio que se caracteriza pelo excesso de acidez no estômago, que atinge pregas vocais e causa irritação. “Tomar bastante líquido é bem importante, pois hidrata as pregas vocais e todos os órgãos que compõem o nosso aparelho fonador. Aguardar a digestão antes de ir para a cama evita o refluxo estomacal. O ar-condicionado, indispensável em muitas regiões do nosso país, resseca a mucosa vocal. E o álcool, se consumido em excesso, pode romper os vasos sanguíneos das pregas vocais, pois é um vasodilatador”, ensina o Dr. Baptistella.

Ao montar sua dieta, procure comer maçã, que atua como adstringente e tonificante. Inclua também salsão, que ajuda a diminuir a viscosidade do muco nas pregas vocais e na região bucal, diminuindo a formação de pigarro. Dormir bem também é fundamental. “Quando acordamos, a nossa voz está meio rouca. Isso acontece devido ao inchaço das pregas vocais. Articular bem as palavras e desenvolver uma impostação e ritmo de fala naturais são medidas que evitam a formação de nódulos e pólipos. Deixar de falar alto, gritar, sussurrar, pigarrear e conversar em ambientes barulhentos, forçando tons agudos ou graves, também faz parte dos cuidados que devemos ter com a nossa voz”, afirma o especialista. 

Na lista de alimentos a serem evitados estão o mel, o leite, e duas paixões do brasileiro, o café e o chocolate, que aumentam a viscosidade do muco, provocando pigarro. Fuja de condimentos, como gengibre, cravo e canela, pois machucam a mucosa. A própolis também é um irritante, embora tenha efeito anestésico.

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