Você sabia que sintomas como coriza, dor de garganta e tosse muito frequentemente correspondem a doenças virais, ou seja, não são tratadas com antibióticos? Em um enorme número de casos, bastam 24 horas de um desses sintomas para que muitas pessoas procurem um médico e peçam uma receita de antibiótico. Mas o que muitas pessoas não sabem é que o uso indevido do medicamento pode ocasionar outros problemas de saúde.
Os médicos otorrinolaringologistas da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABORL-CCF) explicam que, quanto mais as pessoas usarem antibióticos indevidamente, mais aumento da resistência bacteriana elas terão. Ou seja, o quadro de saúde pode piorar, muitas vezes, pelo fato de agirem de forma inconsequente. Isso vale, também, para os médicos que podem solicitar exames específicos para o diagnóstico correto.
Para alertar a população sobre o uso indevido de antibióticos, a ABORL-CCF está promovendo, nesta semana, a Campanha da Resistência Bacteriana, que acontece em conformidade com a ação promovida pela Organização Mundial de Saúde (OMS), para alertar a população sobre o que é a resistência bacteriana. Isso porque um estudo britânico, liderado por Jim O’Neil, apontou que o cenário global tende a ficar cada dia mais preocupante, devido à resistência bacteriana aos antibióticos.
Este levantamento mostra que 700 mil pessoas morrem a cada ano no mundo, por conta das infecções causadas por bactérias resistentes. Estudos comprovam que uma das principais razões pelas quais as pessoas tomam antibióticos é a dor de garganta, mas receitar antibiótico nesses casos, sem exames que comprovem essa necessidade, é um erro.
Mas como saber se o meu caso é bacteriano ou viral? Coriza, congestão nasal, tosse ou rouquidão, associado à dor de garganta, podem ser diagnosticados como um quadro viral. Já as placas na garganta podem fazer parte tanto do quadro bacteriano quanto viral.
De acordo com relatos médicos, geralmente, as pessoas chegam para a consulta e já solicitam antibióticos. Isso acontece, às vezes, com apenas 24 horas de sintoma. Embora a vontade – e necessidade – de ficar bem seja prioridade, os casos devem ser analisados com exames para que possam ser tratados da maneira correta. Nem todo caso é resolvido com antibiótico.
É menos frequente que uma criança em idade pré-escolar ou adultos, por exemplo, tenham infecções bacterianas na garganta. Já na idade escolar, a situação é mais recorrente.
Para exemplificar, a dor de garganta é um sintoma que pode ser comum em muitas doenças e é provocada por uma inflamação que atinge a faringe (faringite), podendo, também, afetar a laringe (laringite) ou as amígdalas (amigdalite). A causa mais frequente associada à dor de garganta é a infecção viral, ou seja, gripe ou resfriado. Sendo assim, o tratamento se baseia na causa viral, sem necessidade do uso de antibiótico.
Entretanto, em qualquer desses quadros, o paciente deve passar por uma avaliação do médico otorrinolaringologista, para que possa haver o diagnóstico de quadro viral ou bacteriano.
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